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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Falando de Podas...

A poda de árvores é uma atividade complexa e de alto risco, envolve vários fatores para concretização da ação. É um tipo de intervenção direta em indivíduos arbóreos que exige um planejamento antecipado, uma atenção durante e depois da ação propriamente dita.
A segurança é um item que não podemos descuidar e faz do uso de EPI um acessório obrigatório para prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho. Os Motosserrista bem treinados que vivenciam esses serviços tornam-se capazes de realizar as intervenções planejadas, sem erros nos cortes e sem acidentes de serviço.
A fisiologia da árvore precisa ser respeitada, os indivíduos submetidos a poda são diferentes fisiologicamente e reagem diferentemente às intervenções da poda. O conhecimento sobre a biologia de cada espécime a ser podada nos ajuda muito na tomada de decisão: a densidade da madeira, a capacidade de rebrota, a susceptibilidade ao ataque de parasita após os cortes, a sanidade do ritidoma, o reconhecimento das fenofases da árvore, a resistência dos galhos, as respostas após a poda, são algumas das características de destaque que merece atenção nessa atividade.

O que não pode faltar na hora de podar:
Planejamento prévio, estratégia pretendida, competência técnica de um profissional que saiba avaliar a intervenção necessária a ser realizada na árvore, perícia de um executor habituado com esse tipo de serviço (Motosserrista), uso de ferramentas adequadas, uso de EPI, atenção antes, durante e depois da ação e Segurança redobrada durante a atividade.

Os obstáculos que aumentam o grau de dificuldade para podar:
Galhos sobrepostos a rede elétrica energizada (fase viva); Galhos sobrepostos a caixa d'água; cercas elétrica; muros; telhados e avenidas com movimento intenso de transeuntes e automóveis e Presença de enxames, vespas e formigueiros, também dificultam bastante a ação.

Metodologia Para Podar com Segurança:
Para podar com técnica e segurança para alcançar o planejamento da ação pretendida, a poda precisa ser pensada de forma pré-planejada, juntamente com o podador, se possível numa visita prévia de avaliação do serviço anterior ao dia da execução.
1)Avaliação Prévia da Árvore:
Solicitação do cliente: Conversação do serviço técnico indicado;
Vistoria do local: Registro fotográfico;
Tipo de intervenção pretendida: Poda de condução de galhos sobrepostos aos telhados, Poda de Limpeza, Corte raso c/ destoca, Corte raso s/ destoca...
Avaliação dos obstáculos que aumentam o grau de dificuldade para podar: abelha, maribondo, fiação elétrica, muro etc.
Planejamento da área queda e acúmulo do material: local para a queda dos galhos e separação das folhas e do material lenhoso a ser removido.

2)Planejamento e Estratégia:
Como será a subida na árvore?
Faz-se necessário o uso de escada?
Qual a ferramenta que deverá ser utilizada?
É possível fazer uso da motosserra?
Onde serão efetuados os cortes?
Existe necessidade de amarrar os galhos?
Qual o “galho seguro” para prender o cinto de segurança?

3)Execução da poda:
Realizar sempre que possível um tipo de corte que evite danos ao longo do ritidoma da árvore;
Executar um leve corte no ritidoma (casca), sendo realizado na parte posterior ao corte definitivo;
Realizar as amarrações das cordas antes de iniciar os cortes, fazer amarrações que garantam a queda do galho podado no local pretendido;

4)Acabamento dos cortes:
É um cuidado que impede a susceptibilidade e a entrada de patógenos na árvore, a partir dos ferimentos ocasionados pelos cortes da poda. Faz-se necessário a aplicação de um preservante nos cortes realizados para proteção do tecido lesionado.

Vale lembrar: O serviço de poda de árvores é muito arriscado e não deve ser feito em dias de chuva e de vento forte, pois os riscos de acidente e susceptibilidade a necrose, aumentam ainda mais nesse período.

As ações planejadas precisam ser revisada com o podador antes da escalada na árvore:
Existe a dificuldade de comunicação c/ o podador após a escalada na árvore, principalmente quando o mesmo está fazendo o uso da moto-serra. Durante a escalada não devemos ficar debaixo da árvore, pois poderá ocorrer queda de galhos, ferramentas e até mesmo do podador.

Escalada na árvore:
Até a escalada deve ser planejada e realizada de forma atenta para evitar riscos de acidentes.
Antes da escalada na árvore, também é necessário organizar todo o material a ser utilizado, não esquecendo de realizar o abastecimento, do óleo da corrente e do tanque de combustível da moto-serra e testá-la anteriormente.

Riscos:
Risco do podador cair da árvore durante a escalada;
Risco do podador ser atacado por insetos(vespas, abelhas, etc);
Risco de queda de galhos podados sobre telhados, caixa d'água, fiação elétrica, cercas, muros, carros (causando danos materiais);
Risco de queda das ferramentas(sobre a cabeça da equipe abaixo da árvore);
Risco da corda não suportar o peso do galho e queda do galho em local indesejável (sobre edificações) causando prejuízos materiais;
Risco do galho podado se mover lateralmente em direção ao podador atingindo-o;
A falta de visualização na hora do corte c/ motosserra, facilita o risco do podador cortar o próprio cinto de segurança ou a corda de sustentação do galho;

Perfil do podador:
habilidade de escalar árvores,
habilidade no uso de ferramentas tipo: foice, serras e moto-serra, sendo feito o manuseio destas ferramentas de cima da árvore;
habilidade de fazer amarrações com cordas, utilizando-se dos vários tipos de nó necessários;
habilidade com rapel e uso de cinto de segurança, pois em muitas ocasiões é necessário o uso das duas mãos, ficando o podador sustentado apenas pelo cinto de segurança, ainda tendo que portar a moto-serra em posições pouco confortável, geralmente...
A moto-serra precisa sempre está presa com uma corda própria;

Não é exagero! Podar exige:
Um profissional ágil, treinado, intimo com a atividade, de habilidades múltiplas, para poder efetuar de forma correta a ação planejada.
A segurança do podador tem que ser avaliada e re-avaliada a cada mudança de posição na árvore;
Nunca devemos arriscar caso ocorra situação de insegurança na hora da poda;
Nunca devemos confiar em apenas uma corda;
As amarrações dos nós precisam ser re-conferidos sempre;
Cordas usadas na sustentação de galhos pesados que estão sendo podados deverão ser amarradas e travadas em outras árvores próximas, e logo após a realização do corte deverá ser folgadas de forma controlada e lenta para permitir a queda guiada do galho no local pretendido.
Nunca devemos subestimar o peso de um galhos, fazendo sempre o uso de duas ou até três cordas para galhos de diâmetro maiores.
Toda corda tem seu tempo de vida útil, devendo a mesma se descartada após esse período, antes que ocorra algum acidente.

Assim, vamos seguindo e cuidando de forma respeitosa as nossas árvores.

“Não mutile a árvore da sua infância,
contrate um Engenheiro Florestal”


Flora Recife,

Agradece!


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